Inúmeros motivos podem levar uma pessoa a procurar por análise, seja por querer acolhimento em situações difíceis, perceber angústias e querer entendê-las, ter questionamentos sobre si mesmo e curiosidade em querer saber o que te movimenta de determinada maneira ou por não se ver tendo controle sobre sua própria vida. A psicanálise entende que cada pessoa tem sua singularidade, questões próprias, história de vida, e é isso com o que me identifico, o tratamento de uma maneira muito particular com cada pessoa.
É um espaço para que se possa construir (ou desconstruir) caminhos sem uma prescrição a ser seguida, o que deve ou não fazer, não é desta ordem. Mas que possa ter autonomia para fazer suas escolhas e tomar decisões de maneira consciente, entender que pode haver possibilidades. A fala tem sua potência, como diz Lacan “a linguagem cria o sujeito”, é através dela que há a possibilidade de se relacionar e então construir narrativas sobre si mesmo, é através dela que aparece a subjetividade, a identidade que é moldada por suas experiências, pelas relações e pelo significado que atribui às coisas, te possibilita existir.
Porém não é só sobre isso, a linguagem pode se tornar uma fonte de alienação devido ao que se aprende no decorrer da vida, do que é ensinado como 'deve ser', podendo trazer prejuízos na vida adulta que são custosos. Cria-se um conflito entre o que deseja e o que imagina que os outros desejam. Pensando nisso, colocar em palavras é um começo, como a Marianna Flamarion diz, a análise permite inventar algo novo a partir de uma velha história.
Permita-se criar o novo a partir desse velho conhecido.
"Proponho que a única coisa da qual se possa ser culpado, pelo menos na perspectiva analítica, é de ter cedido de seu desejo." - Jacques Lacan, Seminário 7: A Ética da Psicanálise.